"Review "Review Exclusivo: Yes (Porto Alegre, 26 de maio de 2013) Por Mairon Machado
A noite de 26 de maio de 2013 ficará marcada para sempre no coração dos quase três mil presentes no Auditório Araújo Vianna em Porto Alegre. Nada mais nada menos que o grupo Yes, um dos principais nomes da história do rock progressivo e da música no geral, apresentou três de seus principais álbuns na íntegra, enlouquecendo e deixando muitos de boca-aberta com quase duas horas e meia de apresentação.
Com uma formação que é bastante discutível, já que o principal vocalista do grupo, Jon Anderson, foi substituído pelo desconhecido Benoît David, e mais recentemente, pelo jovem (e também desconhecido) Jon Davison, os britânicos desembarcaram na capital gaúcha para dar sequência na turnê 2013 World Tour, apresentando na íntegra os álbuns The Yes Album (1970), Clost to the Edge (1972) e Going for the One (1977). Apesar de uma certa dúvida perante como seria a performance de Davison e também do tecladista Geoff Downes (que acompanhou o grupo em 1980, na turnê do menosprezado álbum Drama, e que voltou para o Yes em 2010), a certeza de que o esapetáculo por parte de Steve Howe (guitarra, lap steel, violões, mandolin, vocais), Chris Squire (baixo, vocais, harmônica) e Alan White (bateria), membros de formações clássicas do grupo deveria ser no mínimo excepcional. O que poucos esperavam é que o show em si fosse tão surpreendente.
Acredito que muitos como eu, ficaram bastante decepcionados com o último álbum ao vivo do grupo, In the Present – Live from Lyon (lançado em 2011). Apesar da boa recepção para Fly from Here, o último álbum de estúdio, lançado também em 2011, ao vivo o grupo pareceu abatido, com as canções mais lentas do que o normal, e alguns erros que jamais seriam cometidos no passado da banda. David saiu por problemas de saúde, e o grupo apresentou Davison, um baixista do desconhecido grupo Sky Cries Mary, com uma fisionomia que lembra bastante Roger Hodgson (Supertramp), que por acaso, também começou como baixista. O que viria dele era uma incógnita, que foi respondido com o clamor de aplausos encantados por um carisma incomum.
Antes do Yes, o palco do Araújo Vianna recebeu o grupo gaúcho Apocalypse. Com trinta anos de carreira, era visível a emoção da banda, e para acalmarem seus ânimos, começaram a introdução do show com uma revisão para “Roundabout” (homenageando o head liner) e “Carmina Burana”. O vocalista e flautista Gustavo Demarchi surgiu no meio do público, cantando em um estilo que lembra bastante Andre Matos, e assim, juntou-se aos demais integrantes para fazer uma retrospectiva na carreira desse importante grupo do progressivo brasileiro, e que infelizmente, é mais reconhecido fora de nosso país.
Durante uma hora de apresentação, uma mistura de Genesis, Yes e Emerson, Lake & Palmer surgiu nos alto falantes, apimentada com uma dose de modernismo de grupos mais recentes, como até mesmo o próprio Dream Theater. Houve também participação de Hique Gomez nos violinos e vocais na canção “Last Paradise”, e o encerramento foi marcado por uma importante frase dita por Gustavo: “Apesar de toda a descrença, é possível SIM fazer progressivo no Brasil!”. O público, apesar de pequeno, recebeu muito bem seus conterrâneos, que deixaram o palco com um gostinho de quero mais. Cabe aqui os parabéns para o marketing do grupo, que além de vender CDs e camisetas com o nome da banda em um preço muito acessível, também distribuiu gratuitamente um CD com canções do Box Set lançado pelo grupo para comemorar os 25 anos de carreira.
Encerrada a apresentação do Apocalypse, o Araújo começou a receber os fãs do Yes, que encheram o local em poucos minutos, enquanto o palco era arrumado para a sequência do espetáculo.
Quando os acordes de encerramento da suíte “The Firebird” (original de Igor Stravinsky) começaram a surgir nas caixas de som, e imagens de diferentes fases do grupo surgisse no telão,